«As ruas estavam quase desertas: o Suiço fabrica relógios e dá o exemplo de lhes obedecer. Porém, desertas ou, no pino do dia, enxameadas de gente, nelas há um rei: o silêncio. Ou melhor: o respeito pelo silêncio. Mesmo agora, no Café Landolt, embora não se topasse uma mesa vazia, as falas não tinham o vozerio latino. Conversava-se, bebia-se, mas sem bulha ou alarido. Terá esse silêncio um preço? Não haverá neste quotidiano ordeiro uma terrível sufocação, lavas hora a hora arrefecidas que degeneram em areias, areias mortas, ou que, subitamente, rebentam em erupções já estéreis como essa íntima erosão? O viver suiço é um viver eficiente e civilizado, mas sem chama. A chama que incita o homem aos grandes rasgos.»
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